Post no Fórum do curso de Pós Graduação em Educação Ambiental do SENAC maio/2005
Marcos Tanaka Riyis
Bom, se formos analisar as ONGs como um todo, elas tiveram uma explosão no final do século XX, decorrente, segundo muitos autores (Porto-Gonçalves, Emir Sader, para citar poucos) da globalização e consequente diminuição do Estado.
O chamado Terceiro Setor cresceu muito nesse início de século XXI, na esteira, como disse o colega Inácio, do vácuo criado pelo poder público (temos ONGs assistencialistas, educacionais, organizações de bairro – vale ressaltar aqui a ligação estreita entre algumas dessas e o tráfico no Rio e em São Paulo, por exemplo), em termos de serviços à população.
Se por um lado o neoliberalismo “incentiva” a criação dessas ONGs, por outro (talvez essa seja a contradição do neoliberalismo, afinal) essas são as suas principais críticas, haja visto os Fóruns Socias, Fórum da Água, etc).
No momento atual do Brasil, agora discordando um pouco do colega Inácio, citado há pouco, se uma coisa tem sido positiva no governo é justamente o incentivo à participação popular e à organização da sociedade, seja nos “Conselhões”, seja nos orçamentos participativos e em outras políticas de gestão pública participativas.
Com relação ao Meio Ambiente, as ONGs são instrumentos importantes de investigação, denúncia e acompanhamento, sem as quais, muitos avanços no tema não teriam acontecido. Mais ainda, elas ocupam um papel fundamental na gestão dos “recursos naturais”, pois têm assento garantido (pelo menos no Estado de São Paulo) em todos os Comitês Gestores de Bacias Hidrográficas, que, em última análise, são quem determinam a direção dos recursos para o Meio Ambiente.
Por outro lado, há casos, como na Amazônia, que ONGs têm um papel oposto ao que supostamente teriam, ao acobertar a biopirataria internacional com a desculpa de preservar o ambiente. Conheço, também, algumas ONGs “de fachada”, que servem como a “bela face” de empresas (normalmente transnacionais) notadamente poluidoras e/ou interessada em algum componente da nossa biodiversidade.
As ONGs ambientais, então, não são, realmente a tábua de salvação, e precisam ser fiscalizadas e cobradas da mesma forma que precisa ser feito com o poder público e com o setor privado, mas sua contribuição para o desenvolvimento sustentável até aqui é inegável, e a tendência, com a maior participação nos processos decisórios, é que essa contribuição aumente.
Marcos Tanaka Riyis
Bom, se formos analisar as ONGs como um todo, elas tiveram uma explosão no final do século XX, decorrente, segundo muitos autores (Porto-Gonçalves, Emir Sader, para citar poucos) da globalização e consequente diminuição do Estado.
O chamado Terceiro Setor cresceu muito nesse início de século XXI, na esteira, como disse o colega Inácio, do vácuo criado pelo poder público (temos ONGs assistencialistas, educacionais, organizações de bairro – vale ressaltar aqui a ligação estreita entre algumas dessas e o tráfico no Rio e em São Paulo, por exemplo), em termos de serviços à população.
Se por um lado o neoliberalismo “incentiva” a criação dessas ONGs, por outro (talvez essa seja a contradição do neoliberalismo, afinal) essas são as suas principais críticas, haja visto os Fóruns Socias, Fórum da Água, etc).
No momento atual do Brasil, agora discordando um pouco do colega Inácio, citado há pouco, se uma coisa tem sido positiva no governo é justamente o incentivo à participação popular e à organização da sociedade, seja nos “Conselhões”, seja nos orçamentos participativos e em outras políticas de gestão pública participativas.
Com relação ao Meio Ambiente, as ONGs são instrumentos importantes de investigação, denúncia e acompanhamento, sem as quais, muitos avanços no tema não teriam acontecido. Mais ainda, elas ocupam um papel fundamental na gestão dos “recursos naturais”, pois têm assento garantido (pelo menos no Estado de São Paulo) em todos os Comitês Gestores de Bacias Hidrográficas, que, em última análise, são quem determinam a direção dos recursos para o Meio Ambiente.
Por outro lado, há casos, como na Amazônia, que ONGs têm um papel oposto ao que supostamente teriam, ao acobertar a biopirataria internacional com a desculpa de preservar o ambiente. Conheço, também, algumas ONGs “de fachada”, que servem como a “bela face” de empresas (normalmente transnacionais) notadamente poluidoras e/ou interessada em algum componente da nossa biodiversidade.
As ONGs ambientais, então, não são, realmente a tábua de salvação, e precisam ser fiscalizadas e cobradas da mesma forma que precisa ser feito com o poder público e com o setor privado, mas sua contribuição para o desenvolvimento sustentável até aqui é inegável, e a tendência, com a maior participação nos processos decisórios, é que essa contribuição aumente.
Comentários
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Obrigado pela leitura.
Sim, tudo muito complicado, como é, na verdade, tudo na vida, se formos analisar todas as complexidades, não é? Hehehe
Mas um ponto importante é o nosso papel nisso tudo: o de observar todos os pontos e tomarmos alguma atitude. Por exemplo, olhar quais empresas possuem produtos dignos de serem consumidos, olhar quais ONGs são sérias, e assim por diante